Por que a boa alimentação deve ser um hábito ensinado na infância?

IMG-20160501-WA0022Comer bem é um aprendizado, um treinamento conquistado passo a passo ao longo da vida que impacta na saúde e, também, no desenvolvimento cognitivo, afetivo, social e motor da criança. Ou seja, não basta pensar na estética e no bom funcionamento do organismo quando se fala de alimentação, mas especialmente no aprendizado geral da criança.

Pode parecer super simples, mas é um desafio para os pais, desde o dia em que o bebezinho chega em casa, aproveitar os eventos da alimentação de forma lúdica e educativa para desenvolver as habilidades da criança nos primeiros anos da infância.

A criança precisa de referências claras do que se espera dela, do que é bom para ela. E o alimentar-se não foge disso. A família cumpre um papel essencial na formação dos hábitos, especialmente os pais, ao indicar e fazer com o filho, aquilo que consideram saudável, correto e importante para o bom desenvolvimento da criança. Não há forma melhor de ensinar do que através do exemplo.

Um estudo conduzido no Reino Unido concluiu que “comer à mesa com os pais aumenta o desempenho escolar e social do indivíduo”, em uma pesquisa realizada com 34 mil crianças e adolescentes pelo Literacy Trust, instituto que se dedica à alfabetização e incentivo à leitura. A pesquisa mostrou que:
– 87% das crianças sentavam à mesa com a família para alimentar, mas uma em cada quatro não conversava com os pais ou irmãos;
– no grupo das crianças que sempre comiam com os pais e conversavam durante as refeições, 75% disseram ficar à vontade em debates na escola;
– no grupo dos que não conversavam, esse número caiu para 57%.

Perguntados sobre como era “falar na frente dos colegas na sala de aula”:
– 62% do primeiro grupo disse se sentir bem;
– apenas 47% do segundo grupo disse sentir-se bem.

Trabalhando e convivendo com diversas famílias e suas crianças, tenho observado alguns pontos negativos no dia-a-dia das mesas familiares:

– Falar ao filho “você deve comer alface” e esquecer de comprar a hortaliça ou deixar de colocar todos os dias à mesa, não funciona;
– Os pais sentem pena dos filhos quando eles pedem um biscoito recheado e, depois, se culpam por darem uma alimentação industrializada com frequência, criando um círculo vicioso;
– A alimentação dos pais – boa ou ruim – é uma, e dos filhos– boa ou ruim- é outra, causando uma separatividade desnecessária e pouco prática;
– O horário das refeições das crianças é diferente do horário dos pais, restringindo fortemente o convívio nos rituais da alimentação;
– As crianças estão cada vez mais seletivas, proporcionalmente ao aumento da oferta de alimentos, mas parece que isso causa mais confusão do que orientação para as crianças.

Resumindo, os pais precisam definir o que almejam e estruturar a sua rotina para promover o que querem, para que seus filhos queiram algo parecido também.

Em educação, nada é garantido, matemático ou totalmente previsto. Mas é muito importante haver uma coerência entre o que os pais pensam, sentem e fazem para o futuro de seus filhos. A chance de plantar conceitos, ideias e hábitos até os 3 anos e colher, na adolescência ou juventude, os resultados dessa semeadura, é muito maior do que começar a ensinar aos 10, 11, 12 anos. Então vem a pergunta: depois dos 10 é impossível criar um hábito saudável? Absolutamente! Sempre é tempo de cultivar, de aprender, de melhorar. Nós, adultos, somos a prova de que querendo, se alcança. Mas fica muito mais difícil, com o passar do tempo.

bem-familiaTatiana Camargos Lamego
Professora infantil e comunicóloga, é encantada pela infância e fundou a Bem Família Tutoria em Desenvolvimento Infantil para auxiliar os pais com as rotinas da criança.

(31) 98646-3808
www.bemfamilia.com.br

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